quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Biutiful, de González Iñarritu.



De “beautiful” não tem nada, é um soco no estômago. Sabe aquele filme que você assiste e no final, não consegue expressar nada? De tão intensa e angustiante que a experiência foi? Pois é.
Após a parceria bem sucedida com Arriaga (Amores Brutos, 21 gramas e Babel), Iñarritu mostra que amadureceu no desenvolvimento da trama e personagens, deixando de lado as ligações extraordinárias que havia entre os personagens em seus filmes anteriores.
Uxbal que trabalha numa rede de exploração de clandestinos chineses e africanos no submundo de Barcelona, possui dois filhos cuja mãe tem transtorno mental e pra piorar, descobre que está com câncer de próstata.Além disso, faz “bicos” como sensitivo em velórios. Não consigo imaginar o filme sem Javier Bardem, só não ganha o Oscar, pois tem Colin Firth no caminho (injustiçado ano passado por “Direito de amar”).
Certeza que vou ficar pensando na história por alguns dias, caso não queiram sair do cinema com um mal-estar e pensando em como a vida pode ser cruel, não assista. Agora, se possuírem estômago forte e queiram apreciar o melhor filme de Iñarritu, bom proveito.


Imigração ilegal
Conversei um dia desses com um fornecedor da empresa onde trabalho, e fiz a seguinte pergunta: “- Por que as mercadorias que são importadas da China são tão baratas?”, e ele me disse: “- O custo com o funcionário lá é extremamente baixo, alguns chegam a ganhar U$$ 0,50 por dia.”.
E olha que isso é na China, a 2º maior economia do mundo. E nos outros países subdesenvolvidos e miseráveis?
Aqui mesmo no Brasil, um país emergente tem diversos imigrantes trabalhando em condições desumanas.Em São Paulo, é só você andar por uma hora nos arredores do Bom Retiro, Brás e Pari para ver diversos orientais, latinos e africanos trabalhando em “empresas” de confecção e calçados, geralmente localizados em galpões, sem nenhuma estrutura física e condição alguma para trabalho. Ganham pouco, sofrem preconceito e vivem em condições precárias.
Difícil a situação.Ficar no país sem nenhuma expectativa de crescimento ou tentar a vida em outro lugar, sem a certeza de nada?
É interessante analisar nestas situações, a capacidade de alguns seres humanos de não aceitar o que “o destino” reserva. Admiro estas pessoas que se entregam, buscam sempre mudar. Mesmo que não dê certo, pelo menos tentam.Ao contrário de outras, que reclamam...reclamam e, não fazem nada, limitam-se a serem miseráveis.
É bem difícil alguém sair de uma situação de miséria e ser alguém na vida, mas não impossível. Não custa nada tentar, pelo menos.

3 comentários:

  1. O presente (até mesmo o reflexo do passado) que estas pessoas vivem é de desesperança, fazendo com que ela sinta medo de mudar.
    O que mais incomoda é pensar que para estarem nesta situação precária, há um ser humano (?!) ganhando às suas custas.
    Trocar o 'certo' pelo desconhecido, com medo de prejudicar a si mesma e aos que dependem do mísero 'salário' que estes recebem. Vale mesmo a pena? É o que se perguntam.
    Ouso dizer que alguns podem nem imaginar que isso existe: um emprego melhor e respeito.
    É triste ver tecnologias criadas a cada dia para facilitar a vida das pessoas, enquanto há tanto trabalho desumano.
    Quem dera fôssemos - egoístas e pensássemos + no próximo...

    ResponderExcluir
  2. Bom, e parabéns pelo blog.
    Antes de assistir filmes, procuro ver o que o Rubens E. Filho diz.
    Agora, serão dois a consultar.
    Ñ te falei que adorei 'O segredo dos seus olhos', né? Que cena é aquela do estádio?
    Atualize sempre, tá. Afinal de contas vc entende mt de cinema. ;-)
    B-jos.

    ResponderExcluir
  3. Ugo, adorei o blog!!!!

    ResponderExcluir