segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O planeta dos macacos - A origem, de Rupert Wyatt

SINOPSE: Após a captura de alguns macacos para pesquisa, um grupo de cientistas começa a testar neles uma droga para o combate ao Alzheimer, no entanto, os resultados vão além do esperado alterando a inteligência dos primatas.Após um incidente, resolvem sacrificar os animais, apenas um filhote sobrevive e é criado por Will (franco).

Muitos dizem que Hollywood está em uma crise de criação, investindo demais em franquias e refilmagens.Planeta dos macacos é mais uma delas, assim como X-Men primeira classe. Mas analisando friamente apenas estes dois filmes,  pensei: Será mesmo uma crise? Ou por um lado  reinventar para melhorar e dar uma nova roupagem não exige um processo criativo mais intenso?

Desde o início, há um diferencial na montagem do longa. Há cenas rápidas, sem enrolação e que faz com o que o espectador não desgrude os olhos da tela. Isso torna a história,  até então desgastada para o público atual, um pouco mais interessante. Pois não é todo mundo que se interessa por um bando de macaco que domina o mundo, certo?

O principal feito do filme que contribuiu para o seu sucesso foi a parceria com a Weta digital, empresa de animação que já supervisionou os efeitos da trilogia de Senhor dos Anéis, King Kong e futuramente em Tin tin.Os macacos são recriados perfeitamente, maior parte é de se duvidar se são animais mesmo ou animações, uma das experiências mais bem feitas atualmente.

Ok. Agora falta falar sobre os humanos do longa? Nem precisa muito, mas vamos lá.O núcleo formado por Will e seu pai é o mais importante, visto que a origem das pesquisas com os macacos são influenciadas pela vontade dele de descobrir a cura para a doença de seu pai, Alzheimer.A relação com sua namorada (pinto) é totalmente desnecessária, não agrega nada. E os outros humanos do longa servem para intensificar a maldade  e ganância presente na raça humana, o que levará a sua decadência devido ao vírus e revolta dos macacos.

Cesar. O protagonista é uma episódio à parte. Acompanhamos o seu crescimento, a relação com os humanos e sua inteligência se desenvolver.Logo, começa a questionar sua existência e após alguns acontecimentos, começa a se revoltar. O que é inquestionável, devido as atitudes que vimos, e não é de se estranhar que a primeira palavra que ele fala é "Nãoooooooooo", um grito de libertação e negação de tudo o que é errado.

Planeta dos macacos - A origem  é um excelente recomeço para a franquia e junto com X-men: primeira classe são, até agora, os melhores blockbusters do ano.





terça-feira, 23 de agosto de 2011

The Woman, de Lucky McKee

SINOPSE: Ao caçar na matar, um pai de família vê uma  selvagem e resolve levá-la pra casa e "criá-la" no porão. Logo, sua família é obrigada se adaptar a essa nova situação.

Violência de todas formas, sendo ela física, moral e sexual estão presentes neste filme. Além de canibalismo, tortura e muito, MUITO sangue.

Que família estranha! Um pai, totalmente psicopata e sem princípios, uma mãe submissa as ordens do marido, um filho que segue os caminhos do pai e uma filha que mesmo parecendo a mais "normal" sofre com abusos e se vê submetida a ele.Além de uma garotinha bizarrinha também.

Com todas essas figuras,  a canibal é a mais normal e "humana" de todos.Analisando em termos racionais, ela somente segue o seu instinto selvagem e nada mais.

Mas o pai é bem pior do que ela. Isso porque, perante a sociedade é um sujeito normal, mas dentro de casa a história é outra. Violento, sádico, machista e sem moral, trata seu filho bem somente por ser do sexo masculino, e isso com ressalvas, pois há uma série de cobranças em cima dele. Sua mulher e filhas, servem somente para servi-lo, como donas de casa e também sexualmente, o que fica nítido com a suposta gravidez de sua filha e a passividade de sua esposa.

No desenvolver do filme ficamos no aguardo de quando a canibal irá se libertar e matar todos, com alguns acontecimentos que só reforçam o que foi dito acima.

O desfecho é um show de horror.Com algumas descobertas que confrontam a insanidade do pai e as atitudes da selvagem, que até certo ponto são coerentes, devido a sua natureza.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Confiar (Trust) de David Schwimmer

Uma família estruturada é surpreendida após descobrirem que sua filha de 14 anos foi vítima de pedofilia.

O filme vale pelo que representa e não como narrativa. D. Schimmer tenta  fazer uma boa trama, mesmo utilizando um elenco de dar inveja a qualquer diretor cai nos clichês e nos furos de roteiro.

A garota confia em um amigo virtual para se relacionar, e não nos pais.E mesmo sabendo que foi vítima os culpas por estarem atrás de seu "namorado".Logo o casal, se vê num dilema em que precisam ganhar a confiança de sua filha novamente, desta vez, de modo concreto.

Paralelo a isso, o desejo de vingança do pai é outro ponto que merce destaque.Ele fica obcecado em achar o culpado e isso atrapalha em sua vida, e também no mais importante: A recuperação de sua filha.

O que detestei foram as cenas relacionadas a polícia.Totalmente desnecessárias e aleatórias, só empobreceram o roteiro.Exemplo (SPOILER: Como a perícia pesquisou roupas, evidências de espermas e DNA, a polícia vasculhou sites e não olharam A Câmera do Shop. onde eles se encontraram? Vou te falar hein...).

No entanto, o saldo do filme é positivo. O elenco é muito bem estruturado e o objetivo do diretor é bem exposto.

Nossos filhos, sobrinhos, amigos estão vivendo em uma era digital onde tudo é mais fácil. Além de tudo, estão cada dia mais autoritários e certos de sua verdade. Logo, os adultos precisam fazer um papel duplo: De   colocá-los no caminho correto sem afetar a personalidade e em certo ponto, sua autoridade. Difícil hein?!?


domingo, 14 de agosto de 2011

Super 8, de JJ Abrams


O filme acompanha um grupo de garotos que está realizando um filme de zumbis com uma câmera Super 8.Resolvem então filmar uma cena numa estação de trem, logo presenciam uma colisão entre um trem militar e um caminhão.Após isso, percebem que isso não foi apenas um acidente e começam a investigar.

Super 8 é uma clara homenagem aos primeiros filmes de Spielberg, com destaque para Os goonies, E.T., Contatos imediatos de 3º grau e também Tubarão. Também é nítida a relação/narrativa do ET com o mostro de Cloverfield, ou seja, só é mostrado sua aparência física na segunda metade.

Muito bom ver esse clima de quando as crianças eram apenas crianças,  e não buscavam nada além do que se divertir.

O melhor deste é o elenco mirim, encabeçado por Joe (Joel Courtney) e Alice (Elle Fanning), que em todas as cenas dão um ar mais vibrante, de ingenuidade e dúvida.

Um filme pipocão que o objetivo é apenas proporcionar diversão, utilizando fatores e referências que já fizeram sucesso na história do cinema.

Me deu uma nostalgia gostosa de quando chegava da escola e ficava em frente a TV vendo os filmes da Sessão da Tarde. E com certeza SUPER 8 será exibido nela ( Isso é, se ainda existir ou as "crianças" de hoje não tiveram já baixado).

sábado, 13 de agosto de 2011

A árvore da vida, de Terrence Malick

Ganhador da Palma de Ouro em 2011, A árvore da vida é um filme único. Um magnífico experimento para questionar a relação entre a religião e ciência.

Posso dizer que este é um dos filmes mais belo que vi em minha vida.

A fotografia é um espetáculo à parte utilizando a natureza em suas variadas formas para mostrar o tamanho de sua grandiosidade e também com gestos simples, como um abraço, um beijo, ou um simples olhar. Cada cena do filme é uma poesia visual.

Paralelo a todo esse universo que o diretor criou, há uma trama envolvendo uma família religiosa que mesmo não seguindo uma ordem cronológica coerente para os padrões do cinema, é perfeitamente encaixada na idéia inicial.

Acompanhamos um pai rígido (Pitt) que ama sua família, uma mãe passiva, encantadora e amável interpretada  pela revelação Jessica Chastai e seus três filhos, com destaque para o mais velho,Jack (McCracken), personagem principal da história.


Utilizar o Big Bang e a formação do Planeta Terra foi uma tacada de mestre de Malick.Isso só ajudou a realçar questão que mencionei no início do tópico: A relação entre a ciência e religião.

Sem perceber, entramos dentro da família. Acompanhando desde os mínimos aos mais complexos acontecimento da vida deles, a partir da visão de seu filho mais velho, Jack (que  é representado por Sean Penn nos dias atuais, um sujeito nitidamente frio e adaptado ao mundo corporativo e também que guarda um rancor). 

O maior feito deste filme é nos fazer pensar durante a projeção sobre a nossa vida. (Pelo menos eu fiz isso).Será que tudo o que fizemos até aqui foi certo? Poderíamos ter exigido algo mais de nós? Nos dedicamos a nossa família? Dentre outras perguntas. Desde o ínício ao fim é um exercício de reflexão interna.

Muito bom ter obras que proporciona isso com a gente.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quando partimos, de Feo Aladag.


Candidato da Alemanha ao Oscar 2011 e ganhador da 34º Mostra de Cinema Internacional de São Paulo, este drama vai muito além da exibição. Após o término do filme ficamos com ele na cabeça por um bom tempo, tentando digerir tudo e buscando uma explicação coerente para a natureza humana.

Logo no início vemos o quão infeliz é a protagonista. As cenas iniciais mostram fazendo um aborto, o que é compreendido nos minutos seguintes em que a vimos apanhar do marido e sofrer com seu filho.Além disso é nítido que não existe mais sentimento nenhum na relação, somente estão juntos devido a religião e valores envolvidos na cultura.

A partir disso, resolve então partir para a Alemanha viver com seus pais. No entanto, se depara com um ambiente não tão diferente do que vive. Sua família a discrimina por tal ato e resolve não aceitá-la em tal condição, com medo da represália da comunidade religiosa.Após sofrer humilhação, violência e a possibilidade de seu filho ir morar com pai, resolve ir embora.

                 O que mais me chamou a atenção é a atitude dela em relação a família. Como consegue tentar um relacionamento com eles mesmo sofrendo toda a violência e humilhação?

                E existe apenas uma resposta para isso: Religião. Todas as atitudes e comportamentos são ligados a ela. E pensamos, até qual ponto a doutrina passa de ser saudável e começa a influencias negativamente a vida das pessoas?

                Pois é, em muitos casos pessoas boas se tornam ruins devido a isso.Fica claro que sua família teria uma outra atitude senão estivesse ligada a comunidade religiosa e o final do filme não teria um desfecho tão cruel e seco.